29 de maio de 2008

Reconhecendo o fim de uma etapa.

SEMPRE é preciso saber quando uma etapa chega ao final.Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da ida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo, enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação, com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante [por mais doloroso que seja!] destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração, e o desfazer-se de certas lembranças, significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

É preciso reconhecer quando se chega ao fim de uma jornada.


Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”.

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante! Encerrando ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és… E lembra-te:

“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.”
[Fernando Pessoa]

(Paulo Coelho)


Não. Eu não gosto de Paulo Coelho. Sim. Esse texto é do caralho e temos de admitir. Reconhecer o fim da estrada é só mais uma etapa em nossas insignificantes vidas.

Por hoje a lição é só essa.

10 de maio de 2008

Breve explicação da instabilidade do mar feminino.

As mulheres exageram em tudo porque sentem todas as coisas em um nível exagerado. Em grande medida, isso se deve aos hormônios. Veremos o porquê.
A testosterona dá aos homens a capacidade de atravessar a vida como se fossem um hidroavião, deslizando sobre as ondas em uma base estável e a uma velocidade estável. Já o estrogênio faz com que as mulheres se tornem uma pequena e indefesa canoa. Elas também passam sobre as ondas, mas sentem cada turbulência, cada arrebentação e cada movimento das águas. Isso não quer dizer que sua parceira esteja isenta de levar uns esculachos quando começar a arretar pra caralho. Apenas é uma simples explicação caso sua namorada tenha um surto e você não saiba de onde veio aquilo. Antes de começar a gritar feito louco com ela ou se fechar totalmente, lembre-se: mulheres flutuam e afundam a todo momento em suas prórpias confusões. Homens que se deixam levar por essas flutuações, morrem afogados.

3 de maio de 2008

Paixão: combustível da vida

Essa postagem é pessoal. Hoje não quero falar de técnicas para melhorar relacionamentos, de posturas que os homens deveriam aplicar em relação às suas mulheres e conseqüentemente dos presentes que são oferecidos às mesmas quando seus parceiros assumem essa tal postura lúcida. Aliás, nada de sanidade nesse momento. Hoje quero falar é de paixão. Daquelas que te pegam desprevenido, que não te dão escolhas, que colocam toda tua razão no chão.

Essa coisa é que dá alma à vida. Que nos inspira a escrever no blog às 05h30min da manhã.

O sentindo literal de paixão é sofrimento, emoção excessiva, obsessão, vício dominador (Sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão. Dicionário Aurélio eletrônico), que pode ter conseqüências boas ou más. Dificilmente alguém apaixonado irá parar pra analisar se aquilo está fazendo bem ou mal. Queremos mesmo é sentir paixão, enlouquecer pensando em alguém, queremos ser movidos por esse sentimento que em nada combina com razão e lança fora a nossa lucidez. Quem diria logo eu, um defensor assumido de relacionamentos lúcidos, falando de paixão com tamanho entusiasmo. Pior. Vivendo uma paixão que nem Shakespeare é capaz de relatar em seus belos escritos.

Combinação letal que rende qualquer marmanjo: linda, gente boa e um olhar 43. Puta que pariu!

Pois bem, queridos leitores, esse que vos escreve agora sempre foi um apaixonado pela vida, pelas pessoas, pelo mundo de uma forma geral. Contudo, como qualquer pessoa que carrega consigo as confusões humanas, em certo momento a gente fica desiludido, deixa de acreditar nessas coisas e a vida perde um pouco de sentido. Nos tornamos céticos e passamos a racionalizar nossos sentimentos. Deixamos de desfrutar coisas incríveis com medo de sofrer, com medo que aquilo seja passageiro. E se for passageiro, qual é o problema? A vida também é passageira e mesmo assim é maravilhosa. Os melhores momentos não são aqueles que duram uma eternidade. São aqueles que duram o suficiente para se tornarem inesquecíveis. Não importa se durar um dia, dez minutos, cinco minutos ou um olhar um mais profundo de 3 segundos. O mesmo acontece com a paixão. Ela pode ir embora da mesma forma com que chegou. Sem a menor explicação ou lógica. É por isso que sofremos tanto. Queremos prolongar demais momentos que foram determinados para durar um certo tempo. Nos apegamos a eles com facilidade e às vezes passamos uma vida para nos desapegarmos. Só deixaremos de sofrer tanto quando aprendermos a deixar as coisas livres e a ver a vida como uma leve brincadeira.

Defendo a paixão, porém uma paixão lúcida (?) na qual estamos presos e ao mesmo tempo livres dela. Uma paixão onde podemos desfrutar com tamanha intensidade, que fica quase que impossível descrevê-la. Uma paixão que nos atormenta, que nos tira o sono, que nos faz ficar ansiosos imaginando o que a pessoa amada está fazendo, mas que não nos impede de seguir nosso caminho e nem nos faça cair na tentação de querer viver a vida do outro. Podemos resumir esse parágrafo em uma única frase: “estar além de qualquer construção que surja na sua vida. Usufruir ao máximo de tudo (carpe diem!), mas está sempre livre de tudo, imperturbável”.

Tem como não se apaixonar?

Homens, isso é tudo que as mulheres esperam de nós. Que as apaixonemos e coloquemos emoção em suas vidinhas pacatas. Que saibamos despertar nelas esse sentimento contraditório, confuso, devastador, imprevisível. As mulheres não querem a segurança e a sonolência de um amor. Deixem isso para os livros de contos de fada. Elas querem mesmo é a tempestade de uma paixão avassaladora. Elas querem mergulhar em um oceano de incertezas, em uma correnteza de dúvidas, para terem a sensação de que estão vivas. Elas querem paixão, porra! Isso é o mínimo com que podemos presenteá-las. Isso é o que nos mantém vivos.



P.S.

Agradeço a Yasmin Sabongi pela inspiração - e fotos - concedida. Esse post - mais do que nunca agora - não teria sido possível se ela não tivesse me dado o prazer de uns poucos minutos de conversa no Msn. O significado de paixão também pode ser aplicado a ela. Assim como o post todo.

Yah, esse é para você minha linda.


P.S. 2

Esse post foi feito ao som de Cachorro Grande (Você me faz continuar, O dia de amanhã, que loucura), Legião Urbana ( A fonte, A montanha mágica, Via láctea, Marcianos invadem a terra), Paralamas do Sucesso (Nove Luas, Vamo batê lata), Oasis (Supersonic, Champagne supernova, Hello!, Let´s all make believe, Colour my life).