14 de dezembro de 2009

Solidão

A solidão é fera
A solidão devora

É amiga das horas
É Prima-irmã do tempo
E faz nossos relógios
Caminharem lentos
Causando um descompasso
No meu coração (...)

(Alceu Valença - Solidão)


No post anterior coloquei uma pequena citação sobre liberdade. Sabemos que para ser livre, necessariamente não devemos ficar sozinhos. É até melhor que aprendamos a ser livres mesmo quando estivermos dentro de uma relação, seja ela conjugal ou não. Liberdade, como o próprio nome diz, é "faculdade de cada um se decidir ou agir segundo a própria determinação" (Aurélio eletrônico). E partindo dessa definição de liberdade, temos a opção de querermos ficar sós em algum momento de nossas vidas. Entretanto, a ideia de ficar sozinho (aqui vista no sentido geral de sem companhia de amigos, de pais, colegas, namorado) nos assusta desde muito tempo. Não é raro ver pessoas sentirem calafrios só de ouvirem falar dessa proposta. Não sabem elas o quanto a solidão, feita por escolha própria, é enriquecedora, em vários aspectos. Talvez seja esse o mal que assola a modernidade. Não sabemos ficar sós. Temos medo de desfrutar de nossa própria companhia. Sentimos uma necessidade estranha de ter sempre alguém por perto. Alguém que nos escute, que nos apoie, que fique ao nosso lado. Não digo para ninguém se isolar. Mas proponho que comece a aprender e apreciar os momentos de solidão. São mágicos, enriquecedores, são momentos que nos ensinam, nos desafiam, nos obrigam a uma reflexão. Segue um texto muito bom, da Elizabeth Salgado (site disponível aqui), que achei enquanto lia sobre o tema:


Quando ficar sozinho é bom

Um dos motivos fundamentais que gera ansiedade e tristeza em se ficar só está relacionado com a questão da escolha.

Dificilmente, as pessoas escolhem ficar sós, elas são deixadas sós...

Desde pequenos, a idéia de " ficar só " nos é passada apenas como algo ruim e vinculada a pessoas que não conseguem ser amadas ou aceitas, à dificuldade que têm de viver em relação e assim por diante.

E, assim, "crescemos", rejeitando e temendo a solidão, jamais vendo nela um caminho. Não é raro conhecermos pessoas que fogem dela a maior parte do tempo e, ironicamente, elas mesmas a geram. E, justamente por temê-la, justamente por vê-la apenas como um estigma e uma situação injusta, essas pessoas são "deixadas sós".

Quando você é deixado só, o mundo perde o encanto e a vida perde em prazer. Torna-se difícil achar graça no que é só seu. Parece que a criança que existe dentro de cada um reclama por uma platéia que a aplauda, que confirme sua existência.

Entretanto, se você opta por ficar só, por reconhecer que este é o melhor caminho, naquele momento, a vida e o que o cerca não perdem a cor, pelo contrário, tomam nuances desconhecidas e libertadoras.

De repente, você pode estar pensando: “Mas eu não acredito que alguém queira ficar só! “

Você se esqueceu do que foi dito? É uma questão de escolha, escolha assumida, e não um mero querer por querer.

E, na vida, existem vários momentos em que esta escolha pode ser muito boa. Não sei se você vai concordar comigo, mas aí vão algumas situações:

· Quando você prefere ficar só a fazer o que não lhe dará prazer, mas somente ao outro.

· Quando você se despede de alguém que faz com que você se sinta sozinho, apesar de acompanhado.

· Quando você está à procura de si mesmo, de suas verdades, de seu centro.

· Quando você quer se sentir livre, dar força aos seus desejos e sair da gaiola.

· Quando você quer perder o medo de não conseguir viver sem alguém ao seu lado.

· Quando você termina um relacionamento e precisa de um intervalo para reconstruir seus valores, antes de se envolver novamente.

Entretanto, antes de qualquer coisa, você tem que sentir a necessidade desta escolha, em função de seu bem-estar.

Fica difícil reconhecer as vantagens deste momento, quando o outro nos deixa, quando não temos metas, quando desqualificamos nossas necessidades e desejos, quando não nos apropriamos de nossa história, quando só sabemos viver em função de alguém, quando brigamos com a realidade e não aceitamos o fato de que podemos nos relacionar e estar com, mas só estar com, e não ser preenchido pelo outro.

Quando a escolha é nossa, porque reconhecemos que, assim, nossa vida será mais saudável, a gente consegue se sentir forte por dentro, aberto para o mundo que é vasto, diverso, rico em situações e trocas e que nos acompanha até o final.

Créditos do texto: http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/quando_ficar_sozinho_e_bom.htm


E você, tem costume de ficar sozinho? Por opção sua ou dos outros? Sabe apreciar bons momentos com sua inestimável companhia? Lembre-se que você é o seu primeiro e melhor amigo. Se não souber se relacionar bem com esta pessoa, terá bastante problemas para se relacionar com a outras. Então, enjoy the silence, enjoy the solitude!

8 de dezembro de 2009

L-I-B-E-R-D-A-D-E

Falta um pouco de paciência às relações contemporâneas. Paciência que pode ser uma surpresa desafiadora às mulheres pelo fato de elas não entenderem como um homem pode dizer: “Linda, pode ir, apaixone-se e desapaixone-se por mim e por outros, viaje, sinta os sabores do mundo, bata cabeça, venha e se vá”.