28 de setembro de 2008

Querida, me dê a mão que hoje passearemos juntos pela vida

Não tem nada mais divertido, prazeroso e gratificante do que mesmo se estando longe, saber que só você é capaz de despertar certos pensamentos e emoções na companheira, brincando com a sensibilidade e a imaginação dela. Caímos geralmente no erro de achar que para estar presente na vida do outro é preciso estar o tempo todo ao seu lado. Com esse pensamento, não nos damos conta de que pequenas brincadeiras, atitudes e/ou palavras podem fazer com que ela ganhe o dia. E o que é melhor, isso acontece mesmo você estando quilômetros de distância dela.


Há diversos modos de mostrar presença, de “cutucar a onça com vara curta”, de envolver sua parceira em seu mundo fazendo com que ela imagine ou tenha sensações sem precisar marcar um encontro ou propor algum jogo que acabe nisso. Ser um homem presente não é apenas aparecer, estar ali, fazer tudo que acha que tem de fazer e pronto. Ser um homem presente é manter uma qualidade rica de experiência, manter-se aberto, respirando profundamente, vivo, sorrindo por dentro. Há homens que são "presentes" (estão sempre por perto), mas vivem sem profundidade, sem pisar com os dois pés no chão, sem olhar o céu, sem levar sua parceira às estrelas.


Provocar uma mulher de maneira sutil sem fazer com que ela estranhe pode não ser tão simples quanto parece. Antes de tudo, devemos lembrar que é preciso preparar bem o contexto, caso contrário seu tiro pode sair pela culatra. Imaginem: você acaba de começar um casinho com uma garota que conhece a pouco tempo. No intuito de apimentar a brincadeira, você manda aquele sms beeeem sapeca, do tipo: “tesão por estar vivo, considere-se estuprada agora e apenas sorria.”, qual será a provável reação dela ao ler isso? Será que ela vai mesmo sorrir ou se assustar? Haha Se não tem intimidade suficiente com a garota, pare de ler esse post aqui. Se ela também não é daquelas que topam descobrir a vida, idem. Ainda não chegou o seu momento de realizar esse tipo de coisa. Não perca seu tempo oferecendo sua intensidade a quem não está disposta a recebê-la de peito aberto, por completo, sem neuras, sem medo.


Apresse-se querido! ainda temos duas constelações para visitar com uma escala no infinito.


A idéia é sempre surpreendê-la de alguma forma, tornar o próximo segundo dela totalmente inesperado e excitante, de acordo com o que o casal gosta de fazer. Se você gosta de acampar, leve-a simplesmente para ver as estrelas no meio do nada. Se gosta de praia, leve-a a uma dessas quase desertas ou então naturistas. Passeie pelo mundo, brinque com a vida. Vá para locais inexplorados por ela ou por ambos. Ir para onde você conhecesse e mostrar é bom, mas não se esqueça de levá-la para onde até mesmo você nunca foi. Poucos sabem oferecer uma "aventura de transformação" para uma mulher e isso as marca para sempre. Tire-a do mundinho usual, ofereça um banquete sensorial, uma vastidão de experiências, uma paz improvável ou uma puta energia de prazer transbordante. O importante é que você saia da porra da mesmice. Então mãos à obra e INVENTE! SURPREENDA-A!


Uma aventura traz amor e liberdade, é a união dos desejos masculino e feminino. É o veículo perfeito para o crescimento de um casal. Comece a aprender algo com ela. Culinária tailandesa, arte do vinho, filosofia existencialista, realizem um banquete literário, façam rapel, montanhismo, trilha, dança de salão... Vá junto em algum curso semanal ou em algum workshop de fim de semana.


Explore o mistério da vida junto com ela e deixe claro que você está passeando pela vida com ela. Uma mulher não resiste a um homem que paira acima dos outros mortais. É biológico, não algo espiritual: ela quer aquele que é mais forte do que todos e hoje "força" não se mede só pelos músculos. A propósito, me dê a mão, vamos descobrir o mundo juntos hoje, baby?!


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Dedico esse post aos casais que travam incansavelmente todos os dias uma ríspida luta contra a rotina, o tédio e a mesmice que assola as relações. Em especial àqueles que têm a ousadia de inovar, a coragem de quebrar automatismos e a criatividade de surpreender seus parceiros nas coisas mais simples e inusitadas da vida, sem a necessidade de forçar algo ou de tentar parecer feliz a todo custo. A eles, minha profunda inveja admiração e torcida por dias ainda melhores, mais coloridos e cheios de amor. E que esse amor transborde infinitamente através das fronteiras da relação, alcançando, contagiando e alegrando todos ao redor. All you need is love.

24 de setembro de 2008

Amor: dosando bem, que mal tem?

Jogo para vocês, na íntegra e com exclusividade, esse maravilhoso texto escrito por um grande caso cof cof uma grande colaboradora, crítica, admiradora, admirada e acima de tudo amiga, Yasmin Sabongi. O prisma com o qual foi escrita essa pérola é de longe uma das coisas mais sensacionais, racionais e maduras que li nos últimos dias. Resultado de um processo de aperfeiçoamento pessoal contínuo no qual eu tive o prazer de dar uma minúscula contribuição. Leia esse texto várias vezes, imprima-o, indique aos seus amigos, jogue aos quatro ventos. Ele é valioso demais para ficar apenas estampado em um blog azul de um ilustre anônimo. Ok... Ok. Chega de rasgar seda. ;-)

Amor: dosando bem, que mal tem?


O ser humano tem uma forte tendência a acreditar que o amor é o caminho para a felicidade. Na realidade, esse sentimento de alegria pode durar breves ou longos momentos, mas não é possível que seja permanente. O amor é uma forma de intensificar e ampliar a quantidade de momentos felizes. Porém, muitas pessoas não têm consciência disso, colocando-se em uma incansável busca pela felicidade eterna e geralmente decepcionando-se no final por não conseguir encontrá-la.

Nessa ânsia, é comum que ocorra uma confusão de identidade e um sentimento de dependência em relação à pessoa amada. A partir daí, o apaixonado dedica todos os seus atos e pensamentos para o outro, colocando-se boa parte das vezes como inferior, por imaturidade ou fraqueza emocional. Nesse ponto o sentido do amor muda e a relação tende a uma tentativa de controle sobre a vida do ser amado, monopolizando a atenção e as escolhas do parceiro. Surgem as cobranças, o ciúme e o sentimento de posse, como se essa fosse a forma de alcançar a satisfação de ter a outra pessoa ao seu lado. A energia passa a ser totalmente canalizada para isso, desequilibrando emocional e mentalmente a vida do dependente amoroso. O que era para ser prazeroso e saudável torna-se cansativo e desgastante, fazendo com que o sentimento perca o seu encanto.

Essa aqui eu posso amar sem medo de ser abandonado.


Esse é um resultado comum decorrente da super valorização do outro. A idealização do amor enquanto algo pleno geralmente começa na adolescência, quando surge o desejo por outra pessoa e junto com isso expectativas exacerbadas. É comum usar a expressão "eu te amo" no ápice da emoção, com a crença ingênua de que seja verdade; mas, com o passar do tempo, tornam-se visíveis características reais da outra pessoa, antes imperceptíveis devido a máscara de perfeição que os enamorados em geral vestem. Dessa forma, fica claro que o sentimento visto como amor, na realidade era apenas paixão. Diante dessa descoberta surgem a decepção e a frustração.

Porém é impossível construir e lapidar uma base emocional estável e bem estruturada sem antes passar por sofrimentos e desilusões. Cada experiência determina em alguma medida o que a pessoa se tornará, como procederá em uma relação futura e como ela passará a encarar o amor. É preciso maturidade para compreender que, além de carinho e desejo, o amor é um suporte que ajuda a superar momentos de dificuldade que exige, ao contrário de caprichos motivados por carência, uma certa afinidade, conquistada com respeito e equilíbrio. Os momentos felizes deixarão, então, de serem objetivo para se tornarem conseqüência.

Por Yah Sabongi.



Yasmin Sabongi é uma paulistinha de quase 19 aninhos. Passa a vida se matando de estudar e nas horas vagas vai às aulas de dança do ventre e escreve no seu blog pessoal e quase secreto(?). Pretende ser médica, juntar muito dinheiro e depois largar tudo e vir morar em Pernambuco, terra pela qual se apaixonou com relativa facilidade.

13 de setembro de 2008

Meu mundo agora é ela ou: De como eu quis viver a vida dela, e me fudi

Vamos imaginar uma situação comum. Um casal está bem de vida, felizes na medida do possível, os estudos e o trabalho estão alinhados, mas a bosta do relacionamento não. Insiste em dar dor de cabeça. Cobranças de ambos os lados, brigas, ciúmes desnecessários, carência quase que total mesmo estando juntos, desentendimentos bobos, enfim, parece que não anda de jeito nenhum. Os dois decidem ter uma conversa mais séria. Marcam o dia, saem para esclarecer tudo, literalmente rasgam o verbo, chegam a um consenso. Decidem eliminar tudo que atrapalha a relação. Dessa vez tem tudo para dar certo.

Alguns dias mais tarde, tudo parece perfeito. Risos, baladas, programas a dois regados a muito sexo vinho, felicidade, uma vida de sonhos, carinhos, planos, tudo “perfeito”. Ele passa a se dedicar mais a ela. Ela passa a se abrir de modo integral e, por se sentir ligeiramente mais segura, passa a corresponder mais, sem medo, sem encanação, sem aquelas coisas deliciosamente engraçadas que só as mulheres são capazes de imaginar. Ah, o sorriso e a alegria são inevitáveis. Até a pele fica mais bonita. Se é que me entendem.

Passado pouco tempo, a segurança dela se traduz em acomodação e desleixo. A dedicação dele torna-se sinônimo de cobrança, cobrança e por fim, mais cobrança. Ela não agüenta mais tanta carência por parte dele, que mendiga por migalhas de atenção e quer quase que total, senão absoluta disponibilidade da parte dela. Ele começa a ir mal nos estudos, perde cadeiras importantes, se atrasa para o trabalho e é constantemente chamado a atenção pelo chefe. Não sai mais com o amigos, não tem tempo para nada, a não ser para ela. A vida dele agora é ELA. O foco dele está todo nela. Todo o tempo dele é pouco para ser dedicado a ela. Já ela... ah, ela quer sair com as amigas, quer aprender coisas novas, quer estudar mais para conseguir um emprego melhor, quer fazer mais coisas sozinha, quer apenas ter de volta o direito de viver. Isso não é pedir demais.

Ele não agüenta mais tanto corpo mole dela. Quer que seja mais ativa no namoro, quer ver interesse por parte dela, quer apenas se sentir amado como antes. A carência e a mudança de foco o cegaram. Ela não suporta mais aquele blábláblá dele. Já evita ligar para não ter que escutar o menino chorão reclamar. A mudança total e repentina das prioridades dele acabou por fechá-la. O que era para ser uma coisa saudável, divertida e prazerosa, torna-se um fardo impossível de carregar. Tudo isso por que ele colocou toda a responsabilidade de sua felicidade nas mãos dela. É um erro comum que costumamos cometer. E quase sempre nos damos mal.

Merda! Será que comprei o absorvente certo? Se não for esse, ela vai terminar tudo comigo.

Retomando a estorinha. Conversam novamente, de um modo ríspido e acusador. É uma troca de farpas de ambos os lados. O namoro acaba. Ele se fode fica mal, quebrado e sem chão. Ela não, pois o fim, mesmo que doloroso por um tempo, torna-se um verdadeiro alívio. Ele não se conforma e pede para voltar. Diz que vai mudar, que dessa vez será diferente - das outras também não seria? - Já não percebe que ela perdeu a confiança nele. Essa confiança perdida não se remete a traição. Explicando melhor, mulher nenhuma, mesmo que não perceba, não confia em homens que não tem horizontes e focos pré-estabelecidos e, muito menos naqueles que “perdem” suas vidas depois que encontram um amor. Acreditem, elas adoram sentir saudade e irão gostar mais ainda se você proporcionar alguma coisa que as deixem na “ponta do salto”. Por esses fatores, ela decide não voltar.

O desfecho dessa estória, apesar de trágico é bastante familiar para nós. Nossas relações são fundamentadas quase que exclusivamente nas emoções, no apego, fazendo com que sejamos facilmente fisgados e nos tornemos reféns daquilo. Se quisermos mudar ou manter um relacionamento, temos que começar não focando nele. Foque em você, nos seus estudos, em diversão, amigos, práticas, trabalho, menos no relacionamento. Aí naturalmente a coisa vai fluindo, torna-se mais leve, mais dinâmica, mais espontânea. Tudo flui com lucidez resultando num crescimento gratificante de intimidade, cumplicidade e todos os frutos que um amor bem tratado é capaz de oferecer.