5 de janeiro de 2009

Verdades tristes eu pensei, onde foi que eu errei?

O título desse post é um trecho dessa música, do Cpm22. Encontrei esse cd por acaso, enquanto arrumava umas coisas velhas para jogar fora. Aproveitei então para lembrar um pouco da época em que eu era moleque, onde após cada toco que levava no colégio (da mesma garota, sempre!), me trancava no quarto para ficar roendo com essas músicas, achando que um dia ela me daria uma chance, iria correr aos meus pés, me pedindo desculpas, se arrependeria de ter me maltratado tanto... Hahaha. Ah, tempos engraçados aqueles.

A música não é muito grande e o trecho não foi escolhido por acaso. Se repararmos bem, a parte que vem logo após a vírgula é mais comum do que imaginamos. Mas antes disso, um pouco de contexto para entendermos melhor.

Já perceberam como é interessante o processo da paixão? De repente, conhecemos alguém que estava ali o tempo todo, mas nós nunca havíamos nos dado conta. Até certo momento era um estranho. Então, aos poucos passamos a reparar mais nela, apreciamos suas qualidades, constatamos que temos gostos parecidos, a conexão vai aumentando de tal modo, que queremos passar os próximos momentos ao seu lado. É gostoso sentir todas as sensações que nos são despertadas. É uma maravilha cuidar do outro e saber que aquilo é recíproco. A vida ganha mais brilho. Queremos sempre fazer mais e mais por ele, adentramos o seu mundo e abrimos o nosso, nos entregamos, somos capazes de matar e morrer, fazemos de tudo para cultivar seu carinho, sua admiração, enfim, queremos mostrar que somos dignos do seu amor. E fazemos isso com freqüência abismal. É assim que demonstramos nosso amor.

Contudo um dia, sem nenhuma explicação plausível o outro resolve ir embora e levar seu mundo com ele. Pior. Como se isso não fosse suficiente, ele leva também um mundo que julgávamos ser nosso, que construímos, que moldamos, que nos dedicamos quase em tempo integral e, que agora, nos é tirado de maneira tão crua e dura.

Passamos um tempo mal, pensando que a vida foi injusta conosco mais uma vez. Não satisfeitos, tentamos racionalizar mil coisas, para entendermos o que aconteceu. A primeira quem vem a cabeça é que existe uma terceira pessoa na jogada. Claro. Deve ter outra pessoa. Deve ter alguém que roubou nossa paixão. Mas, se for mesmo verdade, então não fomos bons suficientes para mantê-lo junto a nós. É lógico. A culpa é nossa. Será que demos amor demais? Ou não demos o suficiente? Não, a verdade é que não me achava mais atraente. Será que perdeu o tesão em mim? Ou será que foi algo que falei? Droga, a culpa é toda minha.

Chegamos ao ponto culminante...

Onde será que eu errei?

Nós, seres humanos, temos uma tendência muito grande a sabotagem. Achamos que quando alguma alegria acontece, não somos tão dignos quanto deveríamos ser, portanto, não a desfrutamos plenamente. Entretanto, quando é algum sofrimento que nos pega de surpresa, a mente trabalha contra nós e tendemos a achar que foi culpa nossa. Literalmente chafurdamos na merda. Será que agora entendem o porquê da escolha desse trecho da música? ;-)

Cultivamos o péssimo hábito de achar que se um relacionamento der errado a culpa é sempre nossa. No lugar de focarmos os pontos positivos, tirando algum proveito do fim, nos apegamos logo aos negativos, assumindo toda responsabilidade, nos perguntando onde erramos e por que fracassamos. Esquecemos que os motivos do outro podem não ter relação alguma conosco. Ele simplesmente resolveu ir. Não quero dizer que nós nunca erramos. Às vezes fazemos besteiras sim. É uma virtude saber reconhecer isso. Todavia, o que quero é despertar em você, que está lendo agora, uma consciência de que nem sempre a culpa do término pode ser sua. Liberte-se, perdoe-se e o mais importante, junte os cacos que sobrou do seu mundo. Logo será tempo de reconstruí-lo novamente. Dizem por aí que cada fim é um novo começo. Não custa nada tentar descobrir.

6 comentários:

Anônimo disse...

o negócio é fazer o máximo para que dê certo, as vezes é até rever conceitos e VONTADES. vai sair sem culpa nenhuma... aposto!

Falow meu conselheiro amoroso.

Abraço

Anônimo disse...

E o que é pra sempre? rsrs

Anônimo disse...

Sempre acaba..

Anônimo disse...

Will bom Ano pra vc, vc merece o melhor. Adorei o texto ,eu gostaria se possível que escrve algo, sobre relacionamentos onde o outro fica encima do muro, usa a mentira e a desculpas esfarrapadas para se darem ser bem. O meu grupo de relacionamentos e autoconhecimento ficarão gratos.(rs). Tenho usado alguns textos seus no meu grupo com devidos créditos reconhecidos. Com vc eu só aprendo. Obrigada por sua amizade.
Bjs no seu coração
S.Bernardelli

Will disse...

Boa Eraldo. E mesmo assim, se fizer tudo e ainda nãe der certo, o importante é sair de cabeça tranquila, tendo em mente que você deu seu máximo.

- -

Rafael, vamos morrer cara. Logo logo iremos morrer. Nada é para sempre. É bom que aproveitemos bem o pouco tempo que nos resta. ;-)

- -

Sandra, bom ano para você também. Esse tipo de história que você pediu é mais comum do que podemos imaginar. Não é raro ver homens e mulheres comprometidos, sem envolvendo com outras pessoas mas não abandonando de jeito algum o companheiro de casa, criando uma rede de mentiras e se achando o espertalhão. Providenciarei em breve algo nessa linha.

Qual é seu grupo de relacionamento? Gostaria muito de conhecê-lo.

Obrigado pela visita de todos. É bom ver vocês por aqui.

Abraços!

Anônimo disse...

Tambem gostaria de conhecer o grupo xD

Caso queiram entrar em contato..

rafael-kungfu@hotmail.com

Abraço