16 de julho de 2009

Californication: no fim de tudo, só nos resta foder com a vida

“Lembre-se, no fim do dia, é tudo por ela. Só por ela.”


Logo quando ouvi falar em Californication, não dei muita importância, já que não aprecio muito séries televisivas. O máximo que lembro foi ter assistido na infância alguns episódios pingados de Dawson´s Creek, Barrados no baile e outras por aí afora. Porém, com Californication foi diferente. Simplesmente identificação total já no episódio piloto. Não apenas com o escritor comedor de mocinhas, mas com a atmosfera mágica como um todo.


Californication é completamente diferente de tudo que já vi por aí. É surreal, é introspectivo, é sacana, é desrespeitoso. Não esconde cenas de sexo ou drogas. Os atores parecem ter sido predestinados a assumirem seus respectivos papéis. A trilha sonora é muito boa ( tem Bob Dylan, Nirvana, Warren Zevon), os diálogos são incríveis, - a ponto de você ficar voltando várias vezes só para ler de novo -, além de uma dose deliciosamente alta de humor negro e tirano.


Contudo, ela não se resume somente a isso. Californication é uma lição de como viver. Ela grita o tempo todo para nós que no fim de tudo, no fim do mundo, só nos resta foder com a vida, em seu sentido mais lírico. Mostra que a busca pela felicidade é uma coisa completamente efêmera, se você não sabe para onde está indo. Ela escancara com as relações humanas, dançando freneticamente entre a alegria e tristeza, a vitória e o fracasso, o medo e a coragem para no fim nos mostrar que o que mais importa e a única coisa que podemos fazer nessa vida é amar. Muito. À maneira de cada um, claro.


Eu não consegui mais parar de assistir. Em dois dias engoli os doze episódios da primeira temporada. (baixe aqui a primeira e a segunda temporada completa) Dei um jeito de conseguir com um amigo a segunda. Acabei de rever o último capítulo e sinto como se tivesse ainda entorpecido pela trama. Ela consegue ir muito longe. Te coloca de frente contigo mesmo para depois te dar um murro no estômago, vislumbrando, assim, uma forma de te manter acordado para vida. Foda demais. Assistam e vejam como a vida pode ser ainda mais gostosa, mesmo que politicamente incorreta.



Post dedicado a Guilherme Rabelo. Primeiro por mais uma vitória em sua vida. Depois pelos poucos minutos de conversa que me inspiraram a fazer essa pequena abordagem. Além das cachaças filosóficas que me proporciona. Por tudo isso e muito mais, esse vai para ele.

Um comentário:

AMARela Cavalcanti disse...

Feliz Dia do Amigo, bixo chato!