18 de outubro de 2008

Henry e June - Anaïs Nin

Invasivo, erótico, lírico, dramático e tão perto de nossa realidade. Assim podemos caracterizar esse romance escrito por Anaïs Nin. Henry e June não é apenas mais um catálogo erótico que nos empurram por aí visando despertar os instintos mais sacanas. Muito pelo contrário É um livro carregado de lirismo, paixão, confusão. É o despertar de uma sexualidade que não conhece limites em pleno seio da antiga e conservadora Europa. O livro relata o florescer sexual da autora e o interessante é que foi retirado dos diários dela, enquanto ela morava em Paris, dos últimos meses de 1931 ao final de 1932. Nessa época, Anaïs que era casada com Hugo, conhece Henry Miller (escritor de Trópico de Câncer) e sua bela esposa, June. Anaïs Nin então se apaixona pela escrita de Henry e se vê completamente envolvida na beleza de June. Forma-se um triângulo amoroso, dentro do qual Anaïs se liberta sexual e moralmente, vê seu casamento com Hugo falir e, alterna entre momentos de profundo desejo sexual, seguido de uma repulsão indescritível por Henry e por June. É exatamente esse balé carnal de emoções, desencontros, brigas, reconciliações que vai ser o sustentáculo do livro e vai nos fazer penetrar diretamente nele. Sem contar os vários banquetes literários de sexo, como o próprio nome sugere, além de se fazer muito sexo, também se discutia sobre tudo, desde os cafés da França aos escritos de Proust.


Mas essa Anaïs é mesmo uma fafadinha viu? hahaha


Considerado por muitos o melhor livro de Anaïs Nin, Henry e June só foi publicado na década de 1980, após a morte da autora. Alguns críticos ainda colocam em discussão até que ponto as histórias são verídicas ou não. O fato é que a Anaïs romancista e a Anaïs diarista tinham um relacionamento instável e, dentro do qual não conseguimos identificar o quanto de ficção ou fantasia a obra contém. Ela uma vez relatou: “Meu livro e meu diário interferem um no outro constantemente. Eu não consigo separá-los nem reconcilia-los. Sou uma traidora com ambos”.


Mesmo não sabendo até que ponto termina a realidade e começa a fantasia, vale a pena ler o livro e se encantar com o modo que Anaïs faz literatura erótica. Sem pudor, sem repressão, sem medo de ser feliz...

Um comentário:

Cath disse...

Deu até vontade de ler x)