14 de julho de 2015

A partida - trecho

Um trecho de A partida

A partida
Numa casa de alvenaria de um bairro suburbano do Recife, vivia José Gomes Toledo. O Zé Gomes. No auge dos seus 25 anos, Zé, que morava com o pai e havia desistido de estudar no primeiro ano do ensino médio, não tinha trabalho e vivia de bicos. Fazia de tudo um pouco. Mas a especialidade de Zé eram os trabalhos braçais. Zé não era muito inteligente, porém, era forte como um touro. A rotina desses trabalhos esculpiu o corpo de Zé. E ele sentia orgulho disso.
Em uma dessas temporadas de empregos sazonais, Zé Gomes conseguiu uma vaga como estivador em Suape. Recebia por quinzena e nem era tanto dinheiro assim. Apenas o suficiente para ajudar o pai em casa e ficar levemente embriagado com os amigos. A rotina de Zé era dura porque ele precisava chegar ao estaleiro às seis da manhã e só saía às 17 horas. Zé era um cara valente, isso não o assustava.
(...)

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