6 de junho de 2008

Breve ensaio acerca de homens bonzinhos parte I

Compreensivo, carinhoso, dedicado, atencioso, educado, romântico e que não mede esforços para agradar a companheira. O sonho de consumo de toda mulher, certo?

Absolutamente, não. Esse falso “príncipe encantado” é tudo que uma mulher não deseja. Pelo menos não para ficar por muito tempo. Parece contraditório, mas vejamos o porquê neste breve, diria até que meteórico ensaio.

Em algum artigo aqui já mostrei as diferenças que existem entre as lógicas masculina e feminina. Homens são seres práticos e básicos. Mulheres são seres complexos, flutuantes, intrigantes... A lista de diferenças é enorme. Diria até que quase infinita. Contudo, o que isso tem a ver com os homens bonzinhos?

Vejam essas duas palavrinhas acima que estão em negrito. Não foi a toa que as destaquei. São elas o Calcanhar-de-aquiles de qualquer homem bonzinho que apresentem irrefutavelmente, as características citadas no começo deste ensaio. Eles se dedicam tanto que acabam esquecendo que mulheres não respeitam lógica. Que amor não se compra com dedicação plena ou com sendo legal 110% do tempo. No começo a mulher acha lindo o namoradinho dedicado que possui. Depois de algum tempo ela começa a se sentir sufocada, quer ficar sozinha, quer sair com outras pessoas, já não dá a mesma atenção e acabam por pedir tempo. O sinal de alerta foi tocado. O homem bonzinho fica sem saber o que fazer. Muitas vezes começa a se questionar onde que errou. “Será que não me dediquei totalmente?” “Será que fiz algo que ela não gostou?” “Será que ela ficou com raiva de mim porque comprei o absorvente errado?”. Começa então a fase da insegurança, dos ciúmes e das brigas por qualquer merda. O homem bonzinho não aceita que sua mulher esteja enjoada da excessiva convivência e do clima aparentemente tranqüilo do namoro. Aliás, nem passa isso por sua cabeça. Para ele o seu mundo é ela. Quanto mais fizer, mais terá de volta. Quanto mais estiver perto, mais ela o amará. Quanto mais for um cara legal, mais ela saberá recompensá-lo como acha que merece. (In)felizmente (?) as coisas não são assim.

O velho madruga não gosta nadinha de homens bonzinhos.

Os homens bonzinhos têm grande tendência a serem inseguros de si mesmos. Isso acaba refletindo em suas relações com suas namoradas/ficantes/rolos/trepadas-amigas. Geralmente a necessidade excessiva de demonstrar sentimentos, de aceitar tudo para não brigar, de querer viver o mundo do outro é uma forma de maquiar a insegurança.

Não quero dizer com isso que você não possa ser um cara dedicado, atencioso, carinhoso. No entanto, fazer disso muletas para sustentar uma relação é o mesmo que dizer “eu te dou toda segurança e todas essas sensações boas, em troca exijo que você me ame”.

Como mulheres são seres deliciosamente imprevisíveis, isso nem sempre acontece e o homem bonzinho acaba se fodendo. Ele tem de chegar até à fossa e comer merda para aprender que mulheres flutuam o tempo todo e que, é preciso dar a elas o que nem mesmo elas sabem o que querem.

Esse foi o primeiro ensaio sobre homens bonzinhos. O segundo espero não ter de fazer nem tão cedo. Tudo vai depender do quão útil for esse aqui para esse “tipo” (?) tão excêntrico de homens.



Este ensaio foi todo produzido ao som de Oasis. Mesclando desde o Definitely Maybe ao Standing on the Shoulder of Giants.

2 comentários:

Anônimo disse...

Disse tudo o que sinto em meu relacionamento.
Meu namorado é do tipo insuportável bonzinho, e eu queria um pouco de cafajestagem nele...x_x

Will disse...

Talvez ele não se sinta à vontade para agir assim com você, ou então ele precisa de um pequeno empurrãozinho.

Nada que uma conversa mais aberta não resolva.