17 de dezembro de 2011

O julgamento do meu amigo

Um dia, presenciei meu amigo dizendo uma das melhores frases de efeito: “O que importa é que eu não me importo.”. Independente do sentido, ou do contexto, das circunstâncias que foi dita tal frase; desejo ter a potência em carregá-la durante toda minha vida.
Talvez você conheça meu amigo, sim, você no mínimo já ouviu falar.E se está lendo isso tudo aqui, é porque deve ter grandes chances em presumir quem o seja.
Muitas garotas, inconformadas não com ele, mas com o que ele representa: a natureza masculina no seu melhor signo: um verdadeiro ogro – selvagem, grosso, animal, insensível – no final das contas. Essa é a imagem que ele tem. Correção; essa é a imagem que você faz dele. E não é por menos...
Lembro do quanto ele escreve, vive, respira, bebe, fuma... esse seu estilo de vida tão displicente com as mulheres – com sua aparente indiferença. Ele sempre me pergunta revoltado: “o que é um boquete?”. Ele acha a coisa mais simples do mundo uma relação sexual, e que todos devem ter a maturidade para sofrer as conseqüências de uma boa trepada.
Esse meu amigo não é burocrático; na verdade ele é bem pragmático. Fala palavrões de alto e bom som, de forma mais direta possível – sem qualquer distinção ou frescura que se caiba.
É verdade; presenciei garotas com uma raiva imensa dele; não pelo que ele fez, mas pelo que ele deixou de fazer. Em alguns determinados momentos; ele dava tudo que uma garota deseja: compreensão – não só em ouvir mas em opinar. Segurança – sem er firme nas suas atitudes. E o principal; dava de presente a essas infelizes virgens-loucas; uma excelente trepada. O que é o suficiente para uma garota se apaixonar.
Esse meu amigo tem uma absoluta propriedade em sexo, tanto na teoria, quanto na prática. Ele sabe fazer as coisas, sabe sentir o timing do momento. Sabe a hora de agir – de atacar e de recuar. E antes mesmo que a garota ou até a “vítima”, sinta a incerteza sobre como agir; ele simplesmente atuará primeiro. É isso que um bom pegador faz.
Muitas são as acusações de que ele prometia o céu para as mulheres, e depois, não se prendia a ninguém; simplesmente se afastava o que as deixava decepcionadas. Muitas vezes era acusado de mentiroso por não cumprir tais promessas, ainda que essas mesmas promessas eram feitas tão somente vindas da interpretação das mulheres; ou seja, as virgens-loucas-obcecadas; o acusavam de traidor – como se ele tivesse se comprometido com algo. Ou o que é bem pior, muitas vezes é acusado de oportunista, um galanteador aproveitador como se diante daquela pouca experiência que elas tiveram, não tivessem obtido nada de bom naquilo tudo. Hipocrisia à parte.
As feministas afirmam com toda convicção que o machismo mata. Ele ri ao se deparar uma cena de defesa feminista; pois no final das contas é tudo farinha do mesmo saco; o machismo e o feminismo estão do mesmo lado da moeda, a questão é quem joga essa moeda, e qual lado a pessoa escolherá. “Se machismo mata...” – ele diz: “feminismo tortura”
Como um bom estrategista nas fodas; ele vê algo de muito sagrado no momento em que uma intimidade estar pra acontecer. Ao contrário do que elas dizem; ele respeita muito as mulheres, porque é praticamente um grande ritual adentrar numa vagina e tratá-la como um templo.
Ele deve ser culpado por amar sua própria natureza?
Diante de várias polêmicas, eis o comportamento face a ele: ou você o odeia, ou você o ama.
Provavelmente ele irá para o céu; não porque fez muita coisa boa, ou não foi egoísta, ou no final das contas, nunca quis fazer mal a ninguém. Eu tenho certeza de uma coisa, ele vai por céu, não por outras boas prerrogativas que fazem parte da natureza dele; mas ele vai por céu, tão somente porque ELE FALA A VERDADE.
Será que ele tem de pedir desculpas por dar a algumas mulheres infelizes a certeza de que elas podem ser bem mais felizes;ou a certeza de que estão conformadas com tão pouco. Deve, esse meu amigo, pedir desculpas? Pedir perdão?
Diante de todo o charme e sedução, eis então um cavaleiro medieval pós-moderno, com estratégias e técnicas em como deixar uma garota segura; “Deve permitir- que ela se permita”, ele sempre me ensina.
Mas nem sempre foi assim... diante de tanto ódio, incompreensão e até julgamento contra ele; as pessoas que praticam essa impressão só conseguem enxergar o quadro;e não a moldura.
Para aquelas pessoas que o desmitificam, para aquelas garotas que duvidam de forma absoluta sobre sua SENSIBILIDADE; eu lhe direi o que é sensibilidade.
Há talvez, uns 8,9 anos. Ele amou. Sim, e amou de verdade. Amou pra valer uma garota, a ponto de tocar na loucura.
É uma história de amor belíssima, da qual nem mesmo eu tenho permissão para contá-la:
Lembro do dia em que liguei para ele:
- Tais fazendo o que, carai?
- Porra, to na praia, véi.
- Ah, massa, to indo praí.
- Não, não, não... eu já to voltando.
- ah, beleza, então...
Após algumas horas, falo com a amada dele e ela me surpreende com uma afirmativa: “Will fez uma serenata pra mim hoje.”:
- Cá cá porra!, sério? Foi de que horas isso? – Perguntei abismado.
- Umas quatro horas.... por aí. – A sua amada me respondeu.
- Mas eu liguei pra ele, pô, e ele tava na praia.
-Ah, foi... – Ela riu. – É que ele vem aqui pra casa de bicicleta.
- Como? Ele foi de Bike? – Perguntei sem mal acreditar
- Sim...
- E ele levou o violão, andando de Bike?
- Sim. – Falou ela, rindo bem orgulhosa do seu amor.
- Porra, ele foi de Boa viagem até Candeias de bike segurando a porra de um violão?
- Sim...
Esse é meu amigo, a parte que poucas pessoas conheceram dele; ele fazia poucos dos obstáculos, e ainda assim, sempre, mas sempre mesmo seguia em frente,o que ele queria realizar, nunca desanimava, sempre se concentrava em realizar seus sonhos. E aquele dia, eu vi o sacrifício que ele fez.
Não era o bastante, após um longo período, em um relacionamento plenamente conturbado – mas APAIXONADÍSSIMO. Um dia ele veio aqui em casa:
- Que porra é isso, bicho? – Perguntei a ele.
- Eu tinha te falado, esqueceu?
- De quê? – Estava olhando para tinta e cal que ele havia conseguido.
- Eu vou fazer uma surpresa pra ela, será que ela vai gostar?
E daí tudo me viera a mente: ele havia me dito que estava a preparar uma surpresa para sua amada, iria colocar em plena rua, na verdade avenida: - “eu te amo”. No meio da madrugada, e claro, ele havia me convidado para ser cúmplice e participe de sua arte-manha.
Teria sido uma grande surpresa se não tivesse chovido tanto aquela época.
Eu lembro deles, sabe, era de fato um casal apaixonado. Eles se amavam bastante. E é daquele relacionamentos que você se pergunta:”Mas, peraí... o que deu errado finalmente.”. Porque todo mundo já sabe, ou soube; eles nunca haviam terminado por causa da ausência de sentimentos, haviam terminado pelo excesso deles na verdade.
“A gravidade te trouxe e o tempo me afastou de ti”.
Depois de inúmeras brigas irracionais; ambos saíram muito feridos do fim. Um dia, quando eu estava num restaurante ele me ligava pedindo para socorrê-lo. Após uma imensa discussão com ela, finalmente ele havia terminado até de uma forma trágica; com muita raiva. E finalmente ele me disse:
- Tá vendo isso aqui, velho? – Apontando para as alianças.
- Sim, sim.
- Por favor, bicho. Não me deixe dar a ela novamente, por favor. Fica contigo. – E eu me emocionei bastante pela confiança que ele havia me dado.
Depois de um grande período na sombra, tentando compreender o que de fato acontecera... ele se recompôs com muita classe, começou a viver, a viajar, a explorar tudo que há na natureza selvagem. E aprimorou toda a sua sedução diante das mulheres acreditando que sexo deve ser sagrado, mantido e sem frescura a todos – sem distinção.
É claro que você o julga. Ou no mínimo, você já o julgou. É claro que você o utiliza como um péssimo exemplo, ainda que você saiba que ele sempre diz a verdade.
Mas uma coisa eu vou te dizer; o que importa é que ele não se importa. Ademais, posso te garantir, da mesma forma como você o julga. ELE NUNCA IRÁ TE JULGAR, seja em qualquer circunstâncias ou contextos; ele não te julgará por respeito a sua, a dele e a nossa humanidade – não só por já ter se metido em muita enrascada, mas porque ele mais do que ninguém reconhece que somos passivos de todo tipo de abismo, que a derrota ou a queda é imprescindível para o crescimento.
Você o julga de insensível. Mas na verdade, o que ele teve na vida, a forma como ele amou, foi mais do que o suficiente para amar pela vida toda ao invés de se esconder em relacionamentos vazios.
Todo sopro de romantismo, toda forma de se apaixonar fatalmente, ele sentiu uma única vez e a encarou como qualquer poucos mortais ousariam.
É preciso saber cultivar nosso “pântano” interno, aquela parte da sua essência condenável, em que o que há de pior em você lhe resta. Ele sabe fazer muito bem
Eu tenho muito orgulho de toda parte podre desse meu amigo.
Na verdade eu admiro muito esse meu amigo.

3 comentários:

AMARela Cavalcanti disse...

o nome disso, para mim, é crise de identidade BRABA!!!

Steel disse...

Oushen? Tu leu até o final, foi?
hahahahahahahahaha

AMARela Cavalcanti disse...

li... tu fizesse uma propaganda da porra no mercado...