7 de julho de 2011

Dois amigos...

- Você se considera nacionalista?

- Como assim, Nacionalista?

- É, porra... Nacionalista... Sabe como é daqueles que nunca vai deixar de trocar uma mulher aqui para comer uma gringa.

Depois de algum tempo Chinaski pensou e disse:

- É bom conhecer outros ares, bicho... Turismo sexual é o melhor turismo que existe.

- Eu sei mas...

- Mas... – Chinaski interrompeu Malkovich - buceta preferida mesmo é nacional.

- É isso aí...

- Viu como somos nacionalistas e politicamente incorretos?

- Por quê?

- Porque não é buceta, é BO-ceta. Mas ninguém vai falar BO-ceta na hora de meter.

- É verdade...

- Imagina, na hora H, o cara metendo de quatro numa cachorra e ela pede: “Por gentileza, poderia meter na minha úmida BO-ceta”.

Uma risada, um gole e é claro conferir se havia alguma gostosa ao redor.

O bar do Rafa é um lugar excelente. É um típico bar ao ar livre, com mesas e cadeiras na calçada. Essa sensação de “meio da rua” é boa o bastante para beber sem frescura. E havia uma sensação de boa vontade intrinsecamente em cada gole de cerveja consumido.

- Ok,é o si-guinte. – Disse Malkovich. – As melhores conversas são aquelas em que não precisam, não pedem para ter conclusão. Todo mundo se identifica com as reticências.

- É...

- Não falo das reticências literárias, mas as reticências da vida.

- É... porque aquela bicha do Caio Fernando Abreu não sabia fechar ciclos, é uma moça mesmo. Até a bicha do Paulo Coelho sabe.

- Porra – bateu na mesa Malkovich – Ele tem umas citações do tipo “Sempre tem alguma coisa que faz falta”.

- É uma bicha mesmo...

- É por isso que toda mulher fudida gosta dele. Porque se identifica em se apegar em alguma coisa... Seja no pau do cara ou seja no dinheiro. Mas a porra da carência sempre faz falta para essas mulheres fudidas.

- Faz sentido, só as mulheres fudidas que eu conheço gostam de Caio Fernando Abreu.

- Mermão; o cara que tem uma citação: “Quem sabe. Talvez tudo, talvez nada”. Puta que pariu... O cara consegue dizer tudo e nada ao mesmo tempo.

E então, para interrupção da grande conversa filosófica... Duas beldades sentam-se na mesa ao lado.

Entretanto, não é preferível confiar nos olhos dos dois amigos, afinal, já estavam na sexta cerveja com direito dois caldinhos de feijão, ovo de codorna e amendoins digeridos, é claro.

- Olha lá, oh. – Disse Malkovich para Chinaski. – Eu pegava....

- Porra... olha o peito daquela doida, eu ia fazer a festa ali mamando naquele decote – Falou Chinaski fazendo gestos levemente obscenos.

- Eu tenho um plano...

- Fudeu!

- É sério, carai. Vamo aproximar mais a mesa.

- Aproximar mais a mesa, véi? Assim na lata?

- Qual é o problema?

- Sim, e as doidas não vão sair correndo, não?

- Se elas estranharem... a gente fiz que tá ventando mais aqui.

- HAHAHA. Vai muda essa porra.

E após um breve esforço, os dois cavaleiros medievais, então, moveram tanto a mesa quanto as cadeiras em função de uma desculpa de proximidade das belas donzelas.

É claro que elas notaram. E estranharam, Mas como uma boa gazela, a arte de fazer cu doce é para muitas.

- Vamo fazer o si-guinte. – Propôs Malkovich... – A gente pede pra bater uma foto com elas.

- Ah, não, de novo, não... toda vez a gente faz isso.

- Dá certo, porra.

- Tais com a câmera aí?

- Porra, deixei em casa.

Após um gole muito expressivo e dramática de cerveja. Os dois cavaleiros se viam num dilema; Ou se chegavam, ou deixavam se chegar.

Tinha que ser cara-de-pau mesmo. Porque ninguém na história ocidental pós-moderna presenciou alguma facilidade com as frescas de Re-cife.

- É, bicho... – Lamentou com um brilho nos olhos Malkovich.

- Que foi, porra? – Questionou Chinaski.

- O jeito é partir para a guerrilha.

- Como assim, Guerrilha.

- Mermão, dar uma de louco e se intrometer na conversa.

- HAHAHAHA. Vai tomar no cu, que bicho enxerido do caralho.

- Tu nunca fizesse isso, não é ?

Após um gole de coragem em que Chinaski dava em seu copo. E mais um pedido de cerveja pro Rafa ( o dono do bar ). Então, Chinaski perguntou:

- Vai se intrometer como, caralho.

- Ti uifi mi. – Respondeu Malkovich convicto.

- O quê?

- Sabe o que é ti uifi mi, não?

- Não...

- Tea with me (chá comigo).

Até que na bravura, Malkovich se aproximava... e ouvia o que as donzelas diziam:

“- Pois é amiga, eu disse a ela que era melhor um cara assim tímido do que muito cachorro por aí.

- E o que foi que ela disse?

- Ela ficou meio assim... falou que ia tentar novamente e se o cara vacilasse... Ela cortava de vez.

- Mulher é muito besta mesmo...

- É o que eu digo; ‘quem come quieto, come duas vezes’”.

“Quem come quieto come duas vezes”.

Após a frase dita, Malkovich se engasgava a ponto de todos do bar notarem.

Era um engasgo de quem pedia ajuda, ou no mínimo estava morrendo.

- Quer ajuda aí, pai? – Perguntava Rafa.

Malkovich negou, apontando para as meninas.

- O que que esse garoto tem: - Perguntou uma delas para Chinaski. Elas estavam bastante assustadas.

- Você não disse que quem come quieto come duas vezes?

- Han? ...

- Pois é... É que meu amigo aqui é mudo, sabe?

E elas riram!

Um a zero para os cavaleiros da oficina. (Da oficina porque é preciso trocar o óleo sempre, segundo o próprio Chinaski, se não trocar o óleo... o carro não anda) E daquele jeito estava andando.

E mais uma conversinha aqui, conversinha ali; resultou de finalmente juntarem as mesas.

No começo, leva-se aquele papo:

“Oi, o que você faz...Ah, legal... eu curto isso... sabe que eu tenho um amigo que bla bla bla”.

Até que os dois cavaleiros, já estavam com sua presa marcada, fizeram o sinal, o sinal secreto; deram um cuspe no chão.

Há quem ache nojo, mas era muito eficaz o sinal, e o mesmo significava o si-guinte: “porra, preciso conversar contigo, carai”.

E após no caminho do banheiro... Veio a grande estratégia:

- E aí, véi, dá pra comer? – Perguntou Malkovich.

- Porra, bicho...

- Que foi, porra? Tais amolecendo, é?

- É não é que...

- Fala, caralho.

- É que a doida não tinha atacante.

- Como?

- A doida não tem o Ronaldo.

- Como assim?

- A doida ta sem o dente da frente, véi..

- HAHAHAHA

- HAHAHAHA

- HAHAHAHA – Até mesmo Rafa ouviu. E comentou: - Vocês são doido, véi...

- E aí, Rafa, dá pra arrastar? – Perguntou Chinaski ao conselheiro amoroso e sexual do melhor bar de Setúbal-Ever!.

Rafa olhou de lado para a patroa dele (a noiva) e percebeu que ela estava olhando e disse: - Sei não... – Muito sem jeito.

- Ok, é o si-guinte. – Disse Malkovich para Chinaski.

- Arrente leva essas doida pro Aeroporto.

- Pro aeroporto?

- É, porra.. se as doida tiverem com frescura do motel... a gente leva pro motel calango mesmo.

- Que calango.

- Pro mato, carai!

- HAHAHAHA. Mas a doida ta sem o Ronaldo, porra!.

- Mermão, você vai comer a doida ou dar beijinho nela?

- Beijinho eu dou na minha mãe!

- E então, porra! Na hora de trocar o óleo, carai.

Então, finalmente retornaram a mesa. E após fazerem piadas um com outro e pedir mais cinco cervejas para finalmente deixar as doidas “alegres”. Malkovich propôs:

- Olha, Cês não acham melhor a gente sair daqui, não? O bar já ta fechando...

- Fechando? – Perguntou uma delas. – Mas são dez nove horas ainda.

- O bar fecha de dez... – Respondeu Malkovich na maior cara de pau.

- De que horas fecha o bar, Rafa. – Perguntou a doida curiosa diretamente para Rafa que estava passando.

- Hoje, acho que eu fecho umas quatro da manhã, por aí...

Então elas se entreolharam e já sabiam das nossas intenções.

Para aliviar a tensão, Chinaski se meteu.

- É que daqui a pouco vai ficar vazio o bar e todo mundo vai para outro lugar, é bom chegar quando tá animado e sair na hora certa.

- Sei... Sei. – Disseram elas.

- E vocês querem nos levar para onde?

- Sei lá... – Os dois cavaleiros do carro-que-precisa-trocar-o-óleo responderam. – Pode ser um lugar mais reservado... Não sei.

Após elas se entreolharem... e algumas conversas e algumas piadas. Os cavaleiros pediram a conta e lá estavam eles, no carro de Chinaski. Aquele carro cheirava a buceta, com u mesmo e bem fedidas, vai por mim.

Chegando no motel do aeroporto, uma delas, já muito bêbadas, disse:

- Amiga, trouxeram a gente pro Motel, amiga...

- Que que tem? – Perguntou Malkovich.

- A gente não faz isso, primeiro encontro e tal.

- Qual o problema? – Rebateu Malkovich.

- Que vocês vão achar que somos duas vadias.

- Duas vadias? – Indagou Chinaski. – Não imagina, você duas princesas dessas... Não, imagina. Cada sorriso mais lindo do que o outro.

Enquanto elas riram, Malkovich mordia a língua para não rir do deboche da garota que era banguela.

Ok... Até que uma delas falou:

- A gente vai, mas não vai fazer nada não, tá? (Quando mulher fala isso é porque quer dar mesmo. É como a mentira do homem: “só vou botar a cabecinha)

Alugarem um quarto, o mais barato que havia. Na verdade tudo naquela espelunca era barato. Praticamente aquela economia era proporcional ao quanto aquele motel era fudido. Mas dava pro gasto.

Os cavaleiros já sabiam da estratégia: Enquanto um metia na cama, o outro ia para o banheiro. E a missão do banheiro ficou para Malkovich.

Enquanto Malkovich tirava as roupas dela com velocidade... ao mesmo tempo sarravam.

Chinaski estava brincando de ping e pong nos peitos da banguela.

- Que visão dos inferno. – Disse Chinaski ao ver Malkovich saindo de pau duro do banheiro.

- inha inha, carai, logo. – Falou Malkovich.

- A N? – Perguntou Chinaski.

- A camisinha, carai!

Após adquirir a camisinha. Malkovich começou a mandar bala. Parecia um bom ator pornô turbinado.

Enquanto isso, Chinaski ficava na cama, sendo amamentado pela banguela.

Mas a vida não era tão simples assim. Da própria cama, Chinaski a banguela ouviam os gemidos fortes da donzela. Parecia um batedouro.

“aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah”

- Que porra é isso. – Espantou-se Chinaski.

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah. Mete gostoso, mete gostoso, vai!”.

Chinaski forçava para não rir. E comentava com a banguela:

- Acho que tão afogando um ganso.

A banguela ria.

- É, sério, tua amiga tá parecendo uma égua no cio.

A banguela continuava rindo.

Chinaski depois de muito brincar de ping e pong começou a penetrar a banguela. Mas algo o incomodava. Ela queria o tempo inteiro dar “beijinho”.

Todas as vezes que ela tentava beijá-lo dizendo “beijinho, beijinho...”

Chinaski virava o rosto. Então solucionou o problema:

“Fica de quatro aí...”

E ela ficou.

E a vida era isso. Dois cavaleiros praticando o que havia de mais sagrado; a copulação.

A palavra Loprare vem do latim. E é no sentido mais intenso da sua etmologia: Aloprar. Por algum motivo, somente aloprando era possível preencher a vida, seja cheia de graça, seja cheia de turpor de emoções.

Depois do serviço feito. Havia aquela gostosa solidão.

Tratavam da forma mais delicada em dispensar as loucas. Enquanto isso a poesia de Roberto Piva ressoava sobre o ar:

“Procuramos amigos que não sejam sérios; os loucos confidentes, os imperadores desterrados, freiras surdas, cafajestes com hemorróidas, e todos que detestam os sonhos incolores da poesia das arcadias”

Enquanto Chinaski deitava na cama e vasculhava no seu facebook. Conferia então uma mensagem da sua ex dizendo:

“Namorado bom, é namorado morto”.

Assim, Chinaski não perdia a oportunidade e respondeu:

“ex-namorada boa é com regime”. E ria sozinho.

Malkovich esperava a garota se vestir no banheiro, enquanto isso, olhava-se no espelho. E podia por quase um segundo reconhecer seu reflexo.

Leia-se: Reconhecer seu reflexo.

7 comentários:

Steel disse...

Oa, bicho... esse texto foi um dos mais fracos que já fizesse...
Sei não, visse.

Anônimo disse...

haha...
eu ri muito!
=)

Luluka

Anônimo disse...

menino eu acho que ou tu es depravado ou extremo, ou não tem vergonha nenhuma nessa tua cara safada, faça a continuação pq essa história tá mais pra um romanci , do que pra um conto erótico , é se bem que não sei se vc escrevi tão bem um conto erotico, pq jua faz tempo que te pedi e nada ..

AMARela Cavalcanti disse...

quem é esse (a) anônimo (a), hein? não consigo entender esses comentários dele (a)... é muito romancI para mim!
=/

Steel disse...

Ele deve ter probolemas no sistema nervoso, ou no teclado mesmo.
Das duas uma, ou de uma duas.

Steel disse...

Mermão, esse pessoal acha que a gente é Jukebox. Basta colocar a porra de uma moeda no cofrinho de alguém e dizer: "vai escrever uma merda erótica-poética aí".
Né foda?

Lua disse...

hahahaha...
ei will, tas devendo conto erótico adoidado por ai é?! E tu nem pagou o meu de presente de aniversário, vale não pow! Isso é uma injustiça!
Me diz ai, com quem eu devo meter pra ter o meu conto erótico agora?! hahaha!

Morro de rir com os comentários das tuas fãs, e o mais engraçado é a surpresa delas ao ler um conto teu!