11 de julho de 2011

A puta da Avenida Domingos Ferreira (Parte I)

-Que chuva do caralho. Recife vai se acabar com tanta água. – Disse chinaski.

-Tá foda mesmo. – Retrucou Malkovich. –É bom que continue assim, pois, desse modo, finalmente produzirei meu filme.

-Que porra de filme. O negócio é comer xoxota, porra. Dia de chuva é dia de meter, bem gostoso. – Disse Chinaski.

-Tu já reparou quantas vezes tu pensa em sexo por dia, bicho? Isso não é normal. Disse Malkovich.

-Chinaski é uma máquina de sexo. – Interferiu Rodrigo. –Pena que ele passe mais tempo fazendo sexo com a mão dele do que com seres humanos.

Nesse momento, Chinaski acende um cigarro. Traga elegantemente e diz:

-por que os dois não vão tomar no cu? Eu penso em sexo do mesmo jeito que a maioria das pessoas normais. Eu tenho culpa se não resisto a uns peitos na minha boca? Vocês que são dois veados.

-Não adianta discutir com ele, Rodrigo. –Disse Malkovich. –No fundo tu sabes como isso vai acabar.

A chuva continuava a cair impiedosamente. E Recife continuava fazendo jus ao nome de Veneza Brasileira.

-Acho que a gente deveria comer uma puta... –Disse Chinaski.

-Começou... –Retrucou Malkovich.

-Fechou. –Disse Rodrigo. –Mas, nessa chuva, as putas devem estar todas escondidas.

-Vamos ligar pro puteiro. Não é possível que fechem nessa chuva. –Disse Chinaski, já pegando o telefone. Uma voz nada sexy do outro lado da linha respondeu:

-Ninfas Club, bom dia?

-Bom dia, tudo bem contigo? – Perguntou educadamente Chinaski.

-Tudo bem, meu anjo. E com você? –Respondeu a voz nada sexy.

-Tudo maravilhosamente bem, minha linda. E a família, vai boa? Perguntou Chinaski.

-é... o que o senhor deseja? – despistou a voz.

-Ah, desculpe, - respondeu Chinaski meio embaraçado. – Eu queria saber se esse antro de prazer ainda está aberto.

-Oh, meu lindo, com essa chuva as meninas foram todas dormir. Infelizmente estamos fechando mais cedo hoje. –Respondeu a voz.

-Oh, que pena. Eu estava louco para fazer um amor gostoso ouvindo o barulho da chuva. – disse Chinaski.

-hihihihihihihi. Infelizmente fechamos. Disse a voz.

-Achei que cabarés fossem aberto 24 horas por dia. –disse chinaski

-Aqui é um cabaré de família. Temos hora para fechar e abrir. Sabe como é, não é senhor? É cabaré, mas não é zona.

-cabaré de família? Entendo, entendo. Tenha um bom dia então. E desligou.

-Porra, cabaré que fecha em plena madrugada? Lamentou Rodrigo

-Como ela falou, é um cabaré de família. Eles devem ter regras. –Disse Malkovich.

-Vamos ligar pra outro. –Disse Chinaski. –Me passa o número do Sampa aí. Hoje eu preciso de um rabo pra chamar de meu. Assim que discou, uma voz masculina disse:

-Sampa night Club, bom dia?

-E aí, cara? Tudo certo? – Perguntou Chinaski educadamente mais uma vez.

-Tudo sim, senhor? Em que posso ajudá-lo? Perguntou a voz.

-Cara, nessa chuva eu fico muito sentimental. Preciso de um cu pra chamar de meu. Você pode me arrumar um bem grande aí? – disse chinaski.

-Senhor, infelizmente o expediente acabou. Essa chuva fodeu com todo mundo. E como há poucas ruas nos buracos de Recife, a casa só vai abrir amanhã, se a gente sobreviver ao dilúvio. – Disse a voz.

-caralho, achei que cabarés fossem a prova d´água...

-Não somos um cabaré, senhor. Somos uma casa que promove a felicidade. Nossas meninas fazem quase tudo pela satisfação de nossos clientes. – disse o homem do outro lado da linha.

-Ok, amigo. Daremos um jeito aqui. E desligou.

-Porra, como é difícil o cara empurrar o carcará nessa cidade em dias de chuva. As pessoas deixam de comer, de dormir, de peidar ou trepar porque está chovendo? – perguntou Chinaski indignado.

-Vamos à Conselheiro Aguiar. –Sugeriu Malkovich.

-Fechou. – Disse Rodrigo.

A conselheiro Aguiar era uma famosa avenida de Recife, porque, durante o dia era muito movimentada em relação ao tráfego de veículos e, à noite, o comércio de xoxotas era bastante variado, tendo de todos os tipos de acordo com o gosto do freguês. Você tinha uma avenida todinha para escolher uma puta. Geralmente, a escala era feita da seguinte forma: no começo da avenida ficavam as mais derrubadas. Aquelas que com qualquer quarenta reais, você fazia um sexo conveniente. Elas também cobravam uns vinte reais no boquete. Uma verdadeira pechincha.

No meio da avenida tínhamos as putas universitárias, que tinham currículos um pouco melhor. Era do tipo de puta que, mesmo não sendo muito aconselhável, dava para você comer beijando e dizendo meu benzinho. Não precisa dizer que estas eram bem mais caras. E com a inflação que vem se alastrando por nosso Estado, o preço que essas belas mulheres cobram num simples boquete é proporcional ao dinheiro de se ficar satisfatoriamente bêbado por uma semana. Por último, já quase chegando ao fim da avenida, havia as putas da nova geração. Aquelas mulheres incríveis, com seus peitos turbinados e seus pênis de 25 centímetros. Sempre há um ou outro jovem que gosta de um curto-circuito.

Entraram os três no carro de Malkovich e foram à luta. Eram quase três da manhã. A chuva havia parado um pouco.

-Essa ideia não vai dar certo, porra. –Disse Malkovich.

-Será que vai ter alguma puta a essa hora e com essa chuva? – Perguntou rodrigo.

-Como hoje deve ser um dia fraco, é provável que seja mais barato. – Pensou alto Chinaski.

Chegaram ao começo da Conselheiro. Avistaram algumas putas se protegendo com pequenos guarda-chuvas. Diminuíram a velocidade. As putas encostaram. Chinaski baixou o vidro e tomou a iniciativa:

-Bom dia! Tudo bem? Por favor, quanto é o programa? Perguntou. Os dois filhos da puta do Malkovich e Rodrigo se seguraram para não rir.

-É sessenta real. – Disse a puta. –Tem quantos aí?

-Porra, sessenta num dia de chuva? – Disse Chinaski. Tem três.

-Três? Porra, vocês querem acabar com meu ganha pão? Aí vai pra cem real, já que vou ficar com a xoxota toda ardida. – Disse a simpática puta.

-Cem reais? – Falou Rodrigo. – Essa aí não tá valendo nem quarenta.

-E a mãe tá dormindo? – indagou a puta.

-hahahahaha. - Riu Malkovich. Vamos embora.

Seguiram pela avenida. Não havia muitas putas e, as poucas que se arriscavam, era de qualidade altamente questionável.

-Tem uma ali na frente. –Disse Rodrigo. Vamos encostar.

Pararam o carro devagar. Uma puta loira, de mais ou menos 1, 70 de altura se aproximou, mascando um chiclete e sorrindo para eles:

-E aí, vamos fazer aquele amor gostoso? Aproveita que hoje tá em promoção. –Disse a puta, com sua voz mais grossa que a do Lombardi.

Malkovich pisou fundo e tirou os três daquela furada. Ainda tentaram ver se havia alguma coisa mais na frente. Nada. Deram a volta e seguiram pela avenida Domingos Ferreira. Essa avenida, assim como a Conselheiro Aguiar, tem um cardápio bastante variado de putas. A diferença é que a grande maioria geralmente tem uma pica maior do que a sua. Iria ser uma tarefa difícil achar uma puta que não viesse com maranhão de brinde.

Percorreram quase toda avenida e nada. Só havia bonecas. Mulheres loiras, altas, peitudas e de pau duro. Falando fino para te dizer o preço e grosso para te mandar tomar no cu. Quando já estavam quase desistindo, eis que vem a luz no fim do túnel.

-Bom dia, como vai? –Perguntou educadamente Chinaski.

A puta, que estava de costas, se virou para ele. Era a coisa mais linda que ele já havia visto. O cabelo preto, chanel, os olhos castanhos, a pele branca e a boca vermelha, provavelmente dos boquetes que havia feito durante a noite nos outros clientes, um olhar cativante que nem de longe lembrava o de uma puta.

-Olá. Tudo bem. Disse ela.

(Continua...)

10 comentários:

Steel disse...

HAHAHAHAHA

ESSE CONTO é em Homenagem a Caio Fernando Abreu!

Anônimo disse...

Irreal! Eu nunca deixaria de comer putas!

Anônimo disse...

Pow vei...
ta dificil arrumar alguma coisa decente hoje em dia é?! hahahaha!

Medo de vocês dois! Tão fodinhasss!
=P

Luluka!
=)

Steel disse...

Por que todo mundo acha que isso é auto-biográfico?

Steel disse...

Rodrigo que o diga!

Anônimo disse...

Auto-biográfico?! Temos que ensinar para essa galera o que é o "eu lírico"...

Lua disse...

sei sei...
de Malkovich e Chinaski podemos esperar tudo e mais um pouco disso ai! hahahahaha!

Pqp doido!

Luluka!

Steel disse...

Eu lírico é pra poesia.
Narrador é pra prosa.
Mas essa prosa tá tão sebosa...

AMARela Cavalcanti disse...

isso foi uma tentativa de poesia, foi malkovich??? haushuahushuas
e esqueça CFA, pow! deixa ele em paz!!!
hahahahahahahaha
meu sonho é ler os contos de will, mas são muito grandes e me dá preguiiiiiiça!
=[

Anônimo disse...

quero meu conto erótico viu! vc é bom em poesias então! um conto érotico bem picante vc tiraria de letra até pq , imaginação pra sacanagem não te falta né ?